quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cheias...

Duas mulheres perderam a vida nas cheias.
Como é óbvio, a morte de alguém deve ser sempre lamentada. No entanto, faz-me alguma confusão ver apenas discursos de lamento em relaçao a este caso.
Estas duas mulheres sabiam o risco que corriam quando decidiram avançar. Mais: foram avisadas do perigo. Tiveram os seus motivos, presumo. Mas perderam a vida.
Lamentos? Sim, claro. Mas pede-se também algum bom senso...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei
Haverá longos poentes sobre o mar
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como seu eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Oiçam na voz de Paula Oliveira, com arranjos de Bernardo Moreira, no album Fado Roubado...