quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cheias...

Duas mulheres perderam a vida nas cheias.
Como é óbvio, a morte de alguém deve ser sempre lamentada. No entanto, faz-me alguma confusão ver apenas discursos de lamento em relaçao a este caso.
Estas duas mulheres sabiam o risco que corriam quando decidiram avançar. Mais: foram avisadas do perigo. Tiveram os seus motivos, presumo. Mas perderam a vida.
Lamentos? Sim, claro. Mas pede-se também algum bom senso...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei
Haverá longos poentes sobre o mar
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como seu eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Oiçam na voz de Paula Oliveira, com arranjos de Bernardo Moreira, no album Fado Roubado...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Medos....


« Do lado de lá dos medos, há sempre uma luz que nos espera. Oxalá ela o acompanhe vida fora.»
[ Alguém, há algum tempo, me escreveu isto... não mais me irei esquecer.... Obrigado.]

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Dois dias



Vinha de longe
Tão longe e tão pouco despercebido
Sério, distante, fingindo disfarce.
Depois: calmo, meigo, paciente...
O olhar
Não se perdia na brisa do mar.
Nem no vento.
E tão furioso que estava o vento...



O abrigo. Os sorrisos.
Perdidos nos pensamentos.
E mais uma vez, o disfarce.
As palavras esperadas, simples e singulares.
Ansiosas, involuntárias, irresistíveis...
E o toque. O silêncio.
O beijo. O sabor do beijo.
A falta de palavras compensada pelo gesto.
O calor. Tanto calor e tanto mar.
O mergulho, as ondas, os beijos, os corpos, a música.
O suave som dos búzios...



A ilusão, o sonho, e depois, a realidade.
A dura e cruel realidade.
O tempo, sempre o tempo.
À distância, o medo espreita...
Um sinal, apenas um sinal...

sábado, 4 de agosto de 2007

O que tenho para escrever...

Cá estou eu, rendido ao poderoso mundo da blogsfera... não por achar que aquilo que verão aqui escrito interesse a toda a gente. Aceito, humildemente, que tudo isto não faça o mínimo sentido para muita gente.
O que tenho para escrever são detalhes, curiosidades, partes significativas da minha vida recente...
Curioso, atento, observador e participativo, assim sou eu, alguém que nem sempre é o mesmo, alguém que tem plena consciência de que são os contextos que ditam as regras...
Peço, adiantadamente, desculpa se roubar a alguém um gesto, uma palavra, uma frase, ou o que quer que seja...